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Instituto de Física - UERJ
Devido à rotação, os planetas sofrem forças que tendem a fazer o diâmetro polar ser menor que o diâmetro equatorial. Nesta atividade sugerimos a construção de um pequeno experimento que quando colocado em rotação se achata, ilustrando assim, o fenômeno que ocorre nos planetas.
Os planetas não são corpos inteiramente rígidos. A Terra, por exemplo, tem um núcleo rígido, mas entre a crosta e esse núcleo rígido existe uma região chamada manto que não é rígida. Embora a rotação da Terra seja lenta, existe uma diferença de 40 km entre os diâmetros equatorial e polar. Obviamente essa diferença é relativamente pequena comparado com os 12.756 km de diâmetro equatorial.
Vamos definir o achatamento (A) do planeta pela razão entre seus diâmetros polar (Dp) e equatorial (De).
Na tabela[1] abaixo fornecemos o achatamento[2] dos planetas para os quais esse parâmetro é conhecido.
Planeta |
Achatamento |
Mercúrio |
- |
Vênus |
- |
Terra |
0,996 |
Marte |
0,995 |
Júpiter |
0,938 |
Saturno |
0,904 |
Urano |
0,938 |
Netuno |
0,980 |
Plutão |
- |
A tabela ao lado mostra que os planetas chamados gasosos (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno) têm o maior achatamento, além do que eles têm período de rotação menor do que a Terra.
Um modo simples de ilustrar que tudo que gira e não é rígido tende a se achatar, isto é, ter seu diâmetro ao longo do eixo de rotação menor que seu diâmetro medido perpendicular a este, é construindo-se um anel com um material flexível (como por exemplo uma chapa plástica), colocando-se um eixo de rotação e dando-se um impulso angular para colocá-lo em rotação. Uma vez em rotação observa-se o mesmo fenômeno que ocorre com os planetas.
Como o mencionado impulso angular faz com que o experimento gire muito mais rápido que os planetas e por ser muito menos rígido que os planetas, o anel se achata muito, o que não acontece com os planetas pois suas velocidades de rotações são pequenas comparada ao do experimento mencionado.
Segurando-se o gira-gira na horizontal, com as duas mãos, com o indicador, por exemplo, da mão direita pode-se dar um impulso angular e colocá-lo em rotação, observando o conseqüente achatamento.
Esta é uma atividade que serve para ilustrar o que ocorre com os planetas, mas é muito importante que fique claro ao aluno que os planetas não giram tão rápido quanto o experimento, não são tão flexíveis quanto o experimento e, portanto, não se achatam tanto como observamos no gira gira.
Figura 37- Esquema do gira gira.
[1] Efemérides Astronômicas para 1987, Boletim Técnico no 6, elaborado pela Equipe Técnica do Planetário e Escola Municipal de Astrofísica de São Paulo, p.74.